AMAR ABERTO
08 de fev 2009, Casa da Ribeira
Que bom que eu pude assistir a esse espetáculo, pois incluo na lista dos melhores que já vi.Desde a abordagem do texto: comparação das mudanças bruscas e imperceptíveis do mar, com os conflitos do ser humano, em especial, a de um rústico pescador.
Geralmente vemos os pescadores como um homem rústico, que trabalha e passa vários dias em alto mar e, tem várias mulheres ou apenas um amor que lhe satisfaz as necessidades de dias tenebrosos em sua vida de pescador e etc, e o vemos dessa maneira externo e pronto.
Mais de repente assistimos a um espetáculo que o descreve por dentro e de forma polêmica, talvez pra nós (rsrsrsr) mostra seus medos, conflitos e desejos mais intensos que confunde até nós mesmos por não saber se aquilo realmente existiu ou está oculto aos olhos dos preconceitos e de uma sociedade que sempre compara tudo com as coisas demoníacas através das religiões hipócritas .É ... Também adorei o cenário que vai além de meros enfeites, como já dizia Peter Brook em seu livro A PORTA ABERTA. Gostei do clima de vermos os pescadores em seu ambiente de trabalho e objetos que se transformam em outros com outras utilidades, é verdade... o teatro pode tudo! Caixotes de peixes também são instrumentos de canções de uma vida.
O trabalho técnico como um todo, o cenário simples, porém criativo: o isopor quando caiu sob o reflexo da iluminação, deu a impressão de realmente ver as ondas da praia.
Eu não poderia deixar de mencionar o trabalho de ator dos meninos, achei fantástico e resultado, acredito eu, de um trabalho intenso e bastante profissional, isso é o que é talento pra mim, hoje: sensibilidade, trabal
ho árduo em cumplicidade com objetivos, práticas para adquirir boas técnicas, arriscar tudo num palco e depois... transformar tudo e estar pronto para começar de novo.EMISANDRA SANTOS
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